O mal do século XXI não é o câncer nem as doenças cardíacas, e sim a compulsão por carboidratos, principalmente o trigo, centeio, cevada e outros cereais que contém glúten. Nossa cultura está impregnada de crenças a favor do consumo de cereais.
Atualmente são plantados e consumidos mais de 600 milhões de toneladas de trigo, o que faz dele o produto agrícola mais consumido no mundo, junto com o centeio e a cevada.
A ingestão de alimentos com glúten faz o sistema imunológico reagir patologicamente a esta proteína, o que leva as pessoas a muitas doenças crônicas silenciosas e sintomas como baixa estatura, dores de cabeça, insônia, fadiga crônica, anemia, falta de atenção, problemas de memória, perda do foco, problemas gastrointestinais e doenças como depressão, doenças autoimunes, doenças intestinais inflamatórias, dermatite herpetiforme, transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDHA), autismo, esquizofrenia, transtornos neuropsiquiátricos, câncer, diabetes, doenças da tireoide, lúpus eritematoso, esclerose múltipla, etc.
O que é o Glúten?
O glúten é uma proteína composta pela mistura de cadeias proteicas longas de gliadina e glutenina, que está presente principalmente no trigo, na cevada e no centeio. É muito encontrado nos alimentos industrializados, que contém farinha de trigo.
O grande problema é que essa proteína, o glúten, é de difícil digestão e pode interferir na permeabilidade do intestino, que é a capacidade dele de interpretar a diferença entre nutrientes e substâncias tóxicas para o nosso organismo.
Em consequência disso, o excesso de consumo do glúten está causando um aumento de casos de doenças imunológicas em todas as faixas etárias da população.
Efeito do Glúten na Saúde Neurointestinal – Dr. Lair Ribeiro
Você sabia que 99% das doenças autoimunes começam no intestino?
Para muitas pessoas, glúten não é um alimento e sim um tóxico que pode causar inúmeras patologias degenerativas.
Quanto mais cedo o glúten é introduzido na dieta, maior será a incidência de sensibilidade ao glúten e desenvolvimento de doenças autoimunes.
O vídeo abaixo do Dr. Lair Ribeiro, cardiologista e nutrólogo, explica o que é o glúten e como ele afeta a saúde:
O trigo e consumimos hoje é o mesmo dos nossos avós?
Muita gente pergunta: “Mas a humanidade consome o trigo há tanto tempo, por que estamos falando nisso só agora?”.
Porque é desde a Revolução Verde, entre as décadas de 1960 e 1970, que o consumo do trigo começou a aumentar e ser incorporado aos alimentos processados.
Nessa época, houve uma perda muito grande da cultura de trigo nos EUA e no México, devido a infestação de pragas. E eles estavam com aquela preocupação de que a população estava crescendo em ordem geométrica e a oferta de alimentos precisava crescer em ordem aritmética, existia o risco de que faltasse comida.
Então eles começaram a se apavorar e pensar em uma alternativa para não perder mais essas culturas de trigo. Aí foram atrás de um pesquisador geneticista para tentar melhorar o trigo, para que ele produzisse mais por hectare e resistisse melhor às pragas e às altas temperaturas.
Segundo alguns pesquisadores, o trigo resultante dessa modificação chegou a carregar 5% de proteínas que não faziam parte do trigo original, e foram incluídos diversos tipos novos de glúten.
Foi a partir daí que o alimento industrializado passou a ser priorizado em detrimento do alimento natural. Até então, o organismo encarava melhor tudo isso, porque a gente estava acostumada a comer comida de verdade. Não existia nem padaria.
E esse cenário só piorou desde então. Se você pegar os alimentos industrializados, mais de 90%, a base é trigo, leite e soja. Todas as proteínas que são de difícil digestão para o nosso organismo.
Todas estas mudanças geram um impacto muito grande na saúde humana, principalmente ligadas ao glúten como as abaixo:
Doença Celíaca
A primeira doença glúten-relacionada identificada pela medicina foi a Doença Celíaca. Trata-se de uma patologia autoimune – ou seja, quando o próprio sistema imunológico da pessoa ataca e destrói tecidos saudáveis do corpo ao ingerir glúten.
A Doença Celíaca atinge cerca de 1% da população mundial e ocorre em pessoas que possuam os genes HLA, DQ2 e DQ8. A doença afeta diversas partes do corpo, como ossos, pele, sangue e cérebro.
A ingestão de alimentos com glúten provoca uma reação imunológica anormal no intestino delgado, gerando uma inflamação crônica que causa a má absorção de nutrientes e resultando em desnutrição e desequilíbrio da saúde.
Embora a estimativa seja que uma em cada 100 pessoas seja afetada pela Doença Celíaca, essa é uma patologia ainda pouco diagnosticada, devido ao vasto número de sintomas diferentes provocados. Como é necessário considerar diversas possibilidades, muitas vezes especialistas acabam tratando os sintomas e não a causa, que nesse caso seria a ingestão de glúten.
Para se ter uma ideia, nos últimos 30 anos, a média de idade dos pacientes diagnosticados com a doença celíaca foi alterada e já está acima dos 40 anos. Isso quer dizer que a Doença Celíaca não é mais uma doença diagnosticada na fase infantil, mas sim após anos de alimentação insegura, o que pode trazer diversas complicações.
O único tratamento para a Doença Celíaca é uma Dieta sem Glúten.
Síndrome do Intestino Irritável
A Síndrome do Intestino Irritável é um distúrbio gastrointestinal debilitante e crônico que atinge pelo menos 10% da população dos EUA, Europa e Reino Unido. No Brasil, estima-se que o número seja próximo ao apresentado nos países acima relacionados.
Pesquisas indicam que a adoção de uma dieta não-fermentativa – ou seja, livre de alimentos fermentativos como trigo, leite e derivados, pistache, lentilha, grão de bico, entre outros – tem sido uma grande aliada no combate aos sintomas da Síndrome do Intestino Irritável (SII).
Conhecidos internacionalmente como FODMAPs (fermentáveis, oligossacarídeos, dissacarídeos, monossacarídeos e polióis), os alimentos fermentativos são carboidratos de difícil absorção e que aumentam o volume de líquido no intestino, sendo depois fermentados pelas bactérias intestinais, produzindo gases.
Alguns exemplos de alimentos que não devem ser consumidos nessa dieta são: trigo, centeio, cevada, leite e derivados, pistache, frutas, leguminosas como lentilha, grão de bico e ervilha e alguns tipos de temperos, como cebola, alho, alho-poró e cebolinha.
Sensibilidade ao Glúten
A sensibilidade ao glúten é um problema mais comum do que se pensa: estima-se que atinja até 15% da população mundial atualmente. Cada vez mais pessoas sofrem de males que poderiam ser atribuídos à sensibilidade ao glúten.
A Sensibilidade ao Glúten Não-Celíaca (SGNC) pode ser considerada quando o paciente apresenta intolerância ao glúten, mas a Doença Celíaca e a alergia ao trigo foram descartadas. Enquanto a Doença Celíaca tem base genética, a Sensibilidade ao Glúten Não-Celíaca é uma forma de intolerância sintomática ao glúten.
Os sintomas da sensibilidade ao glúten podem ser muito diferentes de pessoa para pessoa, indo de dores no estômago a inchaço, náuseas, diarreia, distensão abdominal, dores no abdômen e extra intestinais, anemia, depressão, constipação, enxaqueca, confusão mental e dores nas articulações e nos músculos.
No geral, os sintomas ocorrem durante alguns dias (ou horas) após a ingestão de alimentos que contenham glúten (como a farinha de trigo, presente em grande parte dos pães e massas encontrados no comércio, por exemplo).
Alergia ao Trigo
Diferentemente da Doença Celíaca e Síndrome do Intestino Irritável, a alergia ao trigo faz com que o organismo rejeite essa proteína. Para isso, o sistema imunológico cria o anticorpo Imunoglobulina E (o IgE). Os resultados imediatos são mais severos e causam reações alérgicas no trato gastrointestinal, pele e sistema respiratório.
Hoje, por meio de testes cutâneos e do IgE, é possível identificar a proteína exata que está causando a alergia. Uma das reações, identificada principalmente em adultos, é a anafilaxia induzida por exercício com dependência alimentar, que é caracterizada pela resposta alérgica à inalação de trigo, farinhas de alguns cereais e poeiras.
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